O Grupo Escolar Coronel Carlos Porto foi o resultado de um processo de unificação das escolas dos bairros de Jacareí tocado, principalmente, pelo deputado Carlos Frederico Moreira Porto. Em 01 de outubro de 1895, a escola iniciou suas atividades, numa casa alugada nos "Quatro Cantos", na região central da cidade.
Menos de um ano depois de formada, em 1896, a escola foi transferida para um casarão erguido em 1857 pelo cafeicultor Gomes Leitão e que fora comprado pelo governo da Província de São Paulo para a instalação da primeira escola pública da cidade. Seu primeiro diretor foi o professor normalista Antônio Rodrigues Alves Pereira.
Pouco a pouco, o edifício foi sendo reformado para receber mais alunos. Segundo Benedicto Sergio Lencioni, no seu "Jacareí: Sua História", nos primeiros anos do século 20, recebia vistorias dos engenheiros do Distrito de Obras Públicas de São Paulo para a implantação de benfeitorias capazes de ampliar o serviço da escola. Uma dessas vistorias, realizada por Euclides da Cunha em 08 de maio de 1903, indicava: "As áreas e quartos citados naquela intimação são de ladrilhos e tijolos, e certo, melhorarão bastante se ficarem revestidos de cimento. Mas tal serviço, de modo algum, tem o caráter de 'absoluta necessidade'. Não direi o mesmo dos que se referem ao melhor escoamento das águas, aos fundos do edifício". Ali existe um canal de tijolos (...)"
O Grupo Escolar Carlos Porto ocupou o Solar Gomes Leitão até meados de 1970, quando o prédio foi tombado pelo Conselho do Patrimônio Histórico de São Paulo, o Condephaat. Então, a escola mudou-se para novas instalações, nos fundos da propriedade. Em 1992, o velho prédio passou a sediar o Museu de Antropologia do Vale do Paraíba.
Segundo Fernando Prado, nos primeiros anos, o "Grupão" - como ficaria conhecido - recebia meninas para o ensino primário e ocupava apenas o pavimento superior do solar. Em 1901, no entanto, a escola registrava 360 alunos matriculados, com meninos e meninas. Em 1905, quando, provavelmente, as obras de adaptação do prédio terminaram, eram 338 meninos e meninas e o ensino já se estendia até o ginásio.
Apesar de ser uma escola mista, o Grupo Escolar Carlos Porto mantinha ambientes separados para meninos e meninas. Funcionava em dois turnos, com entradas às 8:00 da manhã e às 12:30. A disciplina era rígida e baseada no civismo e valores morais. Além das disciplinas de Humanidades e Ciências, os alunos desenvolviam atividades de educação física, poesia, música e teatro.
Os alunos do "Grupão" marcavam presença nos eventos públicos de Jacareí com desfiles, fanfarras e atletas. Em 1932, a escola foi um dos núcleos de arrecadação de donativos da campanha em favor dos paulistas na Revolução Constitucionalista. Suas comemorações e festas de formatura envolviam grande parte da sociedade, uma vez que, por décadas, o "Grupão" foi uma das maiores escolas da cidade, formando muitas personalidades da região.
Desde os anos de 1940, a escola formara sua Caixa Escolar, mantida com contribuições das famílias dos alunos. Através dela, a escola fornecia uniformes, merenda e material didático para os alunos pobres. Em 1946, ela iniciou um programa de refeições chamado "Sopa Escolar", que completava a alimentação dos estudantes.
Já no século 21, a escola passou a oferecer o Ensino Médio em tempo integral.