Justino Ribeiro de Oliveira nasceu em Santa Branca, em maio de 1923, filho da parteira Dona Margarida e do lavrador Seu Inácio. Passou sua infância com a família na roça, nos arredores de Jacareí. É possível que tenha se aproximado da música por inspiração de seu pai, que participava de festas religiosas tocando viola e bandolim.
Depois da morte de Seu Inácio, Justino e sua mãe mudaram-se para uma pequena casa no bairro Campo Grande, em Jacareí, vivendo da venda de bananas, das rendas dos partos e dos pequenos serviços que Justino prestava na Estrada de Ferro Central do Brasil. No trecho da ferrovia entre Mogi das Cruzes e São Paulo, Justino sofreu um acidente, perdendo parte de sua perna esquerda.
Com a morte da mãe, Justino passou a perambular pelas ruas de Jacareí com seus instrumentos e tocar em alguns pontos da cidade. Logo, tornou-se figura conhecida ganhando o apelido de "Tinguera" - talvez uma corruptela de "tiguera", palavra de origem tupi que quer dizer 'mato". A crônica local registra que não gostava do apelido.
Justino levou uma vida simples, sobrevivendo de biscates e da ajuda de cidadãos. Foi vigia da loja "Ao Rei dos Móveis", participou de concursos de música e aposentou-se por invalidez. Na década de 1990, foi capa de CD de música e participou de um videoclipe da banda Dotô Jeca. Morreu em 29 de abril de 2008, no Asilo Amor e Caridade, em Jacareí.
Depois de sua morte, Justino teve sua vida retratada no documentário "Seu Justino, o Ribeirinho de Jacareí" e na animação "Tinguera, o Violeiro Errante", da produtora Edna Cassal.