Arquivo Público e Histórico do Município de Jacareí

• Arquivo Público e Histórico de Jacareí
• APHMJ

O acervo do Arquivo Público e Histórico do Município de Jacareí, começou a ser formado por volta de 1985, quando a recém criada Fundação Cultural de Jacarehy recebeu um conjunto de documentos que estavam sob a guarda do Fórum da Comarca de Jacareí.
O conjunto, com peças que remontam aos fins do século 17, inspirou o lançamento de uma linha de ações para a composição, preservação e divulgação do patrimônio arquivístico municipal. Nesse processo, além de recolher os documentos produzidos pelos órgãos da administração direta e indireta da cidade - o Fundo Prefeitura de Jacareí -, a Fundação Cultural passou a receber arquivos provenientes do legislativo da cidade, além de arquivos privados de pessoas e instituições, coleções de jornais e outros itens doados por cidadãos e empresas. O acervo de documentos históricos foi crescendo e recebeu documentos de naturezas e gêneros diferentes.
Entre 1997 e 1998, o Fundo "Fórum da Comarca de Jacareí" recebeu intervenções arquivísticas que visavam identificar as peças e, ao mesmo tempo, delinear uma política municipal para os arquivos de Jacareí. O trabalho resultou na promulgação da lei municipal nº 4.264, de 15 de dezembro de 1999, que criou o Arquivo Público e Histórico do Município de Jacareí, vinculado à Fundação Cultural de Jacarehy "José Maria de Abreu".
Em setembro de 2000, o Arquivo foi inaugurado e aberto à consulta pública. Hoje, é uma das mais importantes instituições do patrimônio cultural jacareiense, fornecendo subsídios para pesquisas de diversas áreas do conhecimento, publicações, produções de filmes e outros produtos de largo alcance. Além disso, o APHMJ mantém programação própria, realizando exposições, oficinas, palestras e projetos ligados à ação educativa.

Jacareí é uma cidade do Estado de São Paulo, no sudeste do Brasil. Fica às margens do rio Paraíba do Sul, a principal ligação entre a cidade de São Paulo e Minas Gerais e Rio de Janeiro durante os períodos colonial e imperial brasileiro.
O povoamento da região iniciou-se em 1652, quando o lugar ainda chamava-se "Nossa Senhora da Conceição da Parahyba", ligado à Vila de Santana de Mogi Mirim - depois, Mogi das Cruzes. No ano seguinte, o arraial foi elevado à categoria de "vila", podendo instalar uma "Câmara de Vereadores", com autonomia para baixar posturas de sobre impostos e ordenamento local, além de administrar a cadeia e o pelourinho públicos, com a presença de um "juiz de fora".
Durante o período colonial, Jacareí era um pouso para mascates e tropeiros que seguiam do sul brasileiro para a região das minas, ao Rio de Janeiro e aos portos do litoral. Suas terras ficavam junto à uma curva do leito do rio, onde era mais fácil fazer a travessia. Assim, mercadores de todos os gêneros do mercado colonial - inclusive escravos - passavam por ali, trazendo recursos à região.
Com o desenvolvimento da cultura do café no Vale do Paraíba, Jacareí recebeu novo sopro de crescimento, tornando-se cidade em 03 de abril de 1849. Tinha, então, um núcleo urbano populoso, com casarões, mercado, hospitais, igrejas, olarias, alambiques e pequenas fábricas de produção artesanal de velas.
Em fins do século 19 e início do século 20, Jacareí recebeu levas de imigrantes que se juntaram aos indígenas, escravos e brancos ibéricos da região. Com viagem subsidiada pelo Governo Provincial, famílias de italianos se fixaram nas fazendas de café. A instalação da ferrovia, na década de 1870 estimulou a ocupação de pontos distantes do Centro da cidade e trouxe trabalhadores de vários locais do mundo, incluindo árabes e belgas, que se estabeleceram no comércio. Os japoneses chegaram a partir de 1920, instalando-se, sobretudo, em colônias agrícolas.
A rodovia Presidente Dutra, cortando o Vale do Paraíba na ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro foi inaugurada em 1951 e estimulou a fundação de indústrias nos arredores de Jacareí. Nesse tempo, instalações de grande porte se juntaram às fábricas locais de meias, tecidos, biscoitos, móveis e outros.
O acervo do APHMJ acompanha a trajetória histórica de Jacareí desde o período colonial. Ele é composto por fundos arquivísticos, jornais e livros que contém registros sobre a vida cotidiana, a política, a economia, a cultura e todos os fenômenos da sociedade jacareiense.
Através do Conselho Municipal de Arquivos, o APHMJ integra o Sistema Municipal de Arquivos de Jacareí desde 2011. Em 2021, passou a integrar o Cadastro Nacional de Entidades Custodiadoras de Acervos Arquivísticos - CODEARQ - do Conselho Nacional de Arquivos.

Lei municipal nº 4.264, de 15 de dezembro de 1999
Decreto municipal nº 270, de 07 de fevereiro de 2002
Lei nº 5.577, de 02 de junho de 2011

O APHMJ recebe documentos por recolhimento e doação.

O prédio do Arquivo Público e Histórico de Jacareí ocupa um lugar onde, em fins do século 19, havia um casarão de taipa de formato irregular, em estilo colonial português, construído pela família italiana Tarantino. O edifício marcava o fim da rua 15 de Novembro, compondo um largo para onde também confluíam a rua Direita e a rua do Rosário, há poucos metros da igreja matriz de Jacareí. Como ali havia mais três casarões, o lugar era chamado de "Os Quatro Cantos".
Em 1931, o casarão dos Tarantino foi demolido para que as ruas fossem alinhadas. No seu lugar, foi erguido o "Solar dos Denis", do imigrante belga Eduardo Denis. O sobrado de dois andares abrigava um hotel na parte superior e lojas no térreo. No coração da cidade, algumas daquelas lojas ficaram cravadas no imaginário jacareiense como a "Loja da Bolívia" da senhora Bolívia Zonzini, ou o "Bilhar dos Quatro Cantos".
Na gestão do prefeito Osvaldo Arouca (1989 - 1992), o prédio foi desapropriado e, em fins da década de 1990, foi declarado de utilidade pública. O acervo do APHMJ ficava no andar superior, enquanto, no térreo fora instalada uma unidade do PROCON.
Em 28 de novembro de 2000, a prefeitura de Jacareí doou o prédio à Fundação Cultural de Jacarehy "José Maria de Abreu".

O acervo do Arquivo Público e Histórico de Jacareí é composto por documentos que testemunham o funcionamento dos órgãos da administração direta e indireta da cidade.
Entretanto, ao longo do tempo, o APHMJ tem recebido conjuntos documentais provenientes de instituições do Legislativo municipal, da Província ou Estado de São Paulo e também documentos das repartições do Poder Judiciário instaladas na cidade. Além disso, o acervo acolhe arquivos e coleções de natureza privada sobre a cidade, onde é possível encontrar registros da vida de famílias, empresas e instituições jacareienses.
O acervo se estende desde os primeiros anos do século 18 até o século 21. Os conjuntos mais antigos podem conter peças sobre os territórios de Santa Branca, Paraibuna e São José dos Campos, cidades desmembradas dos limites da Vila de Jacareí nos séculos 18 e 19. São cerca de 1.600 metros lineares de documentos textuais, fotografias, plantas, mapas, registros sonoros, filmes e outras peças de diversos gêneros documentais.
Além dos fundos arquivísticos, o acervo do APHMJ abriga uma hemeroteca com mais de 100 coleções de jornais e revistas editados em Jacareí e outras cidades do Vale do Paraíba, percorrendo os anos de 1874 a 2019.
O APHMJ conta ainda com um acervo de livros para apoio à pesquisa compostos por exemplares sobre História, Cultura e Arquivologia.

Guia do Acervo do Arquivo Público e Histórico do Município de Jacareí (2021)

Atendimento ao público: De segundas às sextas-feiras, das 9h às 16h30

Sem restrições de acesso.
A consulta a alguns conjuntos documentais demandam autorização da administração do APHMJ

O APHMJ dispõe de banheiros adaptados ao uso de pessoas com mobilidade reduzida.

O APHMJ não dispõe de serviços de pesquisa ao público.

Recepção, guarda-volumes, saguão de exposições, sala de consultas ampla e arejada adaptada para receber computadores e acesso aberto à internet, banheiro e bebedouro.

Descrição elaborada por Patrícia Menezes, em projeto ProAC - Edital 23/2020.

Conselho Internacional de Arquivos. ISDIAH: Norma internacional para descrição de instituições com acervo arquivístico/Conselho Internacional de Arquivos; tradução de Vitor Manoel Marques da Fonseca. - Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2009.

Resolução nº 28 do CONARQ, de 17 de fevereiro de 2009

Borrador

Criação: Junho de 2021

• portugués

Arquivo Nacional (BR). Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística. Rio de Janeiro, AN, 2005.
Notícias de Jacareí: "O Arquivo Público e Histórico de Jacareí", 06 de abril de 2018, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=TUvQLhF0up8, acesso em abril de 2021
PREFEITURA DE JACAREÍ. Conheça Jacareí. Disponível em https://www.jacarei.sp.gov.br/cidade/conheca-jacarei/#:~:text=Hist%C3%B3ria,3%20de%20abril%20de%201849. Acesso em junho de 2021.
Associação Comercial de Jacareí. História de Jacareí. Disponível em https://www.acijacarei.com.br/historia-de-jacarei#:~:text=Foram%20desmembrados%3A,5%20de%20marco%20de%201856. Acesso em junho de 2021.
PRADO, Fernando Romero. Jacareí: Dicionário ilustrado da cidade, Jacareí, Papel Brasil, 2017.